quarta-feira, 30 julho, 2008
Da Gazeta do Povo
A curiosa e trágica história do padre Adelir de Carli teve seu capítulo final nesta terça-feira (29). O Instituto Médico Legal de Macaé confirmou que os restos mortais encontrados a cerca de 100 quilômetros da costa de Maricá, no Rio de Janeiro, eram do padre paranaense que no dia 20 de abril se aventurou em um arriscado vôo com balões de gás, partindo da cidade de Paranaguá, no litoral do Paraná, com destino a Dourados, no Mato Grosso do Sul.
O irmão do padre, Moacir de Carli, que foi até o Rio para fazer exame de DNA, confirmou a identificação. “Recebi a ligação por volta das 16h e ainda estamos emocionados. De certa forma ficamos um pouco mais tranqüilos, já que se encerra o caso todo. É triste e dolorido, mas agora poderemos dar um destino ao corpo do irmão”, disse à Gazeta do Povo Online.
A responsabilidade pelo translado dos restos mortais do padre Adelir do Rio de Janeiro para o Paraná ficará a cargo do bispo d. João Alves de Souza. “Ele se colocou a nossa disposição para cuidar dessa parte burocrática”, afirmou Moacir de Carli.
De acordo com o bispo, a família deve encaminhar uma procuração para que ele possa retirar o corpo do IML. “Eu devo receber os documentos nessa segunda-feira para tentar trazer o corpo para Paranaguá ainda nesta quarta-feira. Na quinta faremos o velório e rezaremos uma missa em homenagem ao padre Adelir”, explicou d. João Alves de Souza.
No dia seguinte o corpo será levado para a cidade de Ampére, na região Sudoeste do Estado, onde será novamente velado e enterrado ainda esta semana. “Queremos resolver tudo o mais rápido possível para homenagearmos o padre Adelir”, concluiu o bispo.
Vôo
O padre havia saído da cidade de Paranaguá na manhã do dia 20 de abril, um domingo, alçando vôo preso a balões de gás hélio e deveria pousar em Dourados (MS). Os ventos e o mau tempo teriam desviado o padre de seu percurso, levando-o à costa catarinense.
Com informações dadas na época do desaparecimento pelo Corpo de Bombeiros da cidade, pelas coordenadas recebidas da Capitania dos Portos, o padre teria desaparecido em uma região próxima ao balneário de Penha, que fica a cerca de 74 quilômetros de São Francisco do Sul, no estado de Santa Catarina.
Suspenso por cerca de mil balões, Carli queria ficar 20 horas no ar e bater o recorde neste tipo de vôo. Segundo a equipe que apoiava o padre, o recorde neste tipo de vôo pertence a dois norte-americanos, que ficaram 19 horas no ar.
Além do recorde, o padre dizia ainda que iria divulgar a Pastoral Rodoviária, de apoio a caminhoneiros. Mesmo com o céu nublado e pancadas de chuva, o padre manteve o vôo. Segundo o empresário José Agnaldo de Morais, da equipe de apoio, Carli chegou a ser aconselhado a adiar a viagem, mas se recusou.
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